Além de mais baratos, os cortes suínos estão entre os mais saudáveis e com pouca gordura
Foi-se o tempo em que a carne de porco era vista como uma vilã da alimentação saudável e balanceada. Diferentemente do que muitas pessoas pensam, a carne suína não tem mais colesterol que as demais. Mas, para se beneficiar deste alimento, é preciso escolher os cortes mais magros.
A nutricionista Priscilla Primi, colunista de O Globo e mestre pela Faculdade de Saúde Publica da USP, explica que, no passado, os cortes de carne suína disponíveis para a população eram os que tinham mais gordura, por exemplo, a linguiça e o salame. E, por conta disso, as pessoas associam a carne de porco a maiores níveis de colesterol.
“Antigamente, diante de pacientes com colesterol alto, os médicos e nutricionistas recomendavam cortar a carne de porco. Com as pesquisas e a evolução da produção de alimentos, começaram a ser vendidos outros cortes que têm pouca gordura na composição ou que tem tanta gordura quanto a carne de frango ou de boi”, diz a nutricionista.
O lombo, a picanha e o filé mignon de porco, por exemplo, são opções de carnes magras por possuírem pouca gordura em suas composições. Em um cenário de alta no preço das carnes de boi, incluir a carne suína na dieta é uma substituição viável, pois diminui os custos sem comprometer o valor nutrivo da refeição.
Segundo Primi, a carne suína tem o mesmo valor proteico que os outros tipos de carne. Por isso, não haveria problemas, por exemplo, de comer porco todos os dias. As preparações podem ser tanto assadas quanto em bife. O único tipo de carne que não pode ser substituído é o peixe, pois possui algumas gorduras específicas que são benéficas para a saúde.
“A carne de porco tem é uma fonte proteica muito boa. Nossas melhores fontes de proteína atualmente são as de origem animal, seja da carne ou do leite, pois elas contêm todos os aminoácidos essenciais que precisamos para manter uma boa saúde”, afirma Priscilla.
Muitas pessoas evitam comer a carne de porco devido ao risco de contaminação com alguns parasitas que causam doenças como a cisticercose. Outras, cozinham em excesso a carne para matar todos os tipos de micro-organismos nocivos. No entanto, Primi afirma que, atualmente, as carnes de porco vendidas em mercados e açougues possuem certificação do Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura. Por isso, não há motivo de preocupação com uma possível contaminação.
“No entanto, pessoas que criam porcos em suas propriedades ou compram de pessoas que criam sem passar pelos processos de inspeção, o que é mais comum em cidades do interior, devem continuar tomando cuidado no momento do preparo, fazendo uma cocção mais prolongada”, aconselha.
Fonte: Exame